Le marchand

Onde deveria haver bom-senso,

Ele aplica a dissimulação.

E olha como réptil soturno,

Através do vapor que se eleva,

De sua xícara de chá perfumado.

Suas palavras têm efeito de um tranqulizante,

E sorrateira e discretamente,

Empurra para a incauta senhora a sua frente,

Uma tôsca falsificação de Modigliani.

A xícara toma pouso ao pires,

E antes que a pobre senhora caia em si,

A tela já a pertence.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 05/05/2006
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