Searas do meu viver
Águida Hettwer
Verdejam lembranças na paragem,
Cais sagrado, pura essência do âmago,
Teus lábios de avelã, minha miragem,
Bordando sonhos em nuvens do passado.
No fio da existência, silêncio intrigante,
Sobrepõe à ilusão em nobre manto,
Delineando marcas deixadas de pranto,
Em trêmula manhã de outono ofegante.
Naquela distante aquarela de adoração,
Entoam hinos, em frágeis rimas de cansaço,
Prostrados na tua mansidão,
Floreado pensamentos em alvores,
Em versos de brilhante pedraria,
Nas searas do teu riso escondes.
26.03.2009