NO QUARTO
Toda noite quando me deito
lá vem você sorrateiro...
Entra no quarto sem luz
sem roupa sem licença.
Invade.
Fica ali zanzando
de um lado para outro,
só sombra macia e vazia
ocupando todo o espaço.
Insanidade.
Fecho os olhos
pra fora, abro pra dentro
e lá encontro você, inteiro,
parado entre o sono e o sonho.
Saudade.
Cruza a ponte comigo,
vai na frente, chega primeiro...
Me abraça e reclama
do meu corpo gelado na cama.
Maldade.
Lina Meirelles
Rio, 25.03.09
(para o FORUM - poesia on line - mote: NO QUARTO)