Luzes vermelhas

E eu fico assim, meio inocente… meio selvagem.

Não tenho ninguém.

Sim! Estou sozinha olhando pra rua,

estou sonhando e olhando pra lua. Grande amor...

Sou fera com alma de anjo...

Corpo de estrela. Meu teatro começou...

E meu palco se encheu de luzes vermelhas,

me acompanhou a esperteza...

me senti simples, bela e ... Sozinha.

Sol, estrela e rua... te vejo passar...

Não tenho ninguém;

quem eu quero? Será que eu sei...

não quero e não quero mais estar só.

Não tenho ninguém

e continuo a olhar o mar...

É... aqui não tem mar...

mas isso é só um detalhe,

faz parte da poesia.

Não é noite, não é dia...

não sei o que quero, mas

se amar, vira alegria.

E não sei se quero amar...

Sonho, sonhos...

quem pode afogá-los?

Os sóis mergulham nas nossas costas,

Que calor! ... o dia pareceu não acabar...

e o que isso importa?

Repito,

Não tenho ninguém; ninguém, isso mesmo!

Morenos,

marginais e estranhos...

Procuro amoras, doces e pães.

Me sinto só; me sinto só...

me sinto tão luz de estrelas,

me sinto luz...

Morenos,

marginais e estranhos...

Mel dos pesadelos sagrados,

Divinos e luzes vermelhas...