MARIONETES DE DEUS

Domingo. Pasmaceira

O latido do cão

Um motor de um carro.

Passos de algum cidadão.

Nos fios elétricos pousam pássaros.

Segurando nos bicos, o barro

E alçam vôo para os ninhos

E alçam vôos no céu castanho

De uma noite que chega espremida

Escurecendo o chão e os caminhos.

Silêncio tardio

Um adeus prematuro

De domingo lento e esguio

Que espera a segunda-feira “dura”

Pé ante pé.

Equilibrando-se nos braços

De cada lado do corpo um laço

De fitas que se estendem até o céu

Até onde vai a fé...

Das marionetes de Deus!