A Porta
Quem se importa com a porta?
Objeto inerte, que esconde encontros
Protege o choro e acalma os desencontros,
Guardiã dos segredos, servil e silenciosa.
Por vezes, abre e fecha sem vontade própria
Se esquecida, bate para chamar atenção
É censurada quando ruidosa,
Mas abriga as confidências de pobres corações.
Porta que aporta o silêncio do sono,
Agasalha o frio das noites invernais
Abriga o amor em abandono,
Guarda para si histórias e mistérios,
Separa a morte dos sonhos finitos e terrenos
e amplia ideais de vida, mesmo os mais serenos.