COR

Me perdi no profundo azul dos seus olhos.

Fui sugada por um turbilhão que me deixou sem chão, sem prumo.

É difícil pontuar quando o aconchego, o carinho,

a mão amiga deixaram de ser cumplicidade

e passaram a ser objeto de desejo...

Quero aquela borracha mágica, quero voltar o relógio

e apagar tudo aquilo que não deveria ter sido:

Um casamento, 3 funerais... você.

Quero arrancar o terrível sentimento de arrependimento.

Quero tirar de mim o seu cheiro, o gosto bom da sua boca.

Ah, a sua boca... a sua boca... me dá febre.

Me perdi no profundo azul dos seus olhos. Quanta cor!

Preciso varrer você para debaixo do tapete,

encontrar a chave de casa.

Porque agora, como já foi dito por alguém, “é tarde, Inês é morta...”

Fecho os meus olhos dissecantes (quanto alívio, não é?)

e ao som do teatro vazio o pano cai,

saio de cena e levo comigo a sensação de quase ser feliz

e uma imensa saudade do que quase foi.

LilithV
Enviado por LilithV em 25/03/2009
Reeditado em 25/03/2009
Código do texto: T1504703
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.