RESUMÉ

Algoz da minha vontade,

O gostar, ainda persiste e insiste.

Inundam-me com lembranças,

Ansiedade…

Tudo poderia ser suportável e diferente,

Mas não há glória na dor,

Na traição, mágoas…

A nostalgia vem acalentar esse infortúnio,

Tormenta que leva a devaneios nocivos,

Alterando certezas,

Agora destronadas.

Vítima de escárnio das próprias percepções,

Descaracterizando uma essência

Que parecia inconstante…

Os belos momentos?

Mais uma estória árida

Cheia de saudosismos estéreis,

Perdidas na imensidão de um tempo

Que não ultrapassará

Os sentimentos hostis da abstinência.

Tudo simplesmente mentiras!

Dominar a arte de enganar perfeitamente,

Não cabe a todos,

Poucos também os que constroem algo sólido,

Que sabem o que querem e quem realmente são.

As chances se afogaram,

Os comportamentos vis

Levaram-na ao suicídio.

Tudo se transformou em pó

Levado pelo vento da eternidade…

Uma estória que talvez

Nunca tenha passado

Dos limites de uma mente insana

Corrompida pelas fantasias.

O medo paralisa.

Torpe sentimento,

Limitador de ações,

Escudo dos covardes,

Senhor do comodismo…

Tudo se confundiu e se funde

Numa busca agressiva de

Reviver os momentos mentiras,

Doce e amarga utopia clandestina,

Que ressuscita esperanças inconcebíveis,

Fugas para o conto de fadas

Encantando ao primeiro olhar,

Com suas cores reluzentes e fascinantes

Que fatalmente cegam no fim.

Odeio ser tragada pelo gostar!

Anestesiada ainda sigo,

Porém, um dia meus olhos

Ficarão sem neblinas,

Contemplando o espetáculo teatral

Que é a vida.

GABLO
Enviado por GABLO em 25/03/2009
Código do texto: T1504487