RESUMÉ
Algoz da minha vontade,
O gostar, ainda persiste e insiste.
Inundam-me com lembranças,
Ansiedade…
Tudo poderia ser suportável e diferente,
Mas não há glória na dor,
Na traição, mágoas…
A nostalgia vem acalentar esse infortúnio,
Tormenta que leva a devaneios nocivos,
Alterando certezas,
Agora destronadas.
Vítima de escárnio das próprias percepções,
Descaracterizando uma essência
Que parecia inconstante…
Os belos momentos?
Mais uma estória árida
Cheia de saudosismos estéreis,
Perdidas na imensidão de um tempo
Que não ultrapassará
Os sentimentos hostis da abstinência.
Tudo simplesmente mentiras!
Dominar a arte de enganar perfeitamente,
Não cabe a todos,
Poucos também os que constroem algo sólido,
Que sabem o que querem e quem realmente são.
As chances se afogaram,
Os comportamentos vis
Levaram-na ao suicídio.
Tudo se transformou em pó
Levado pelo vento da eternidade…
Uma estória que talvez
Nunca tenha passado
Dos limites de uma mente insana
Corrompida pelas fantasias.
O medo paralisa.
Torpe sentimento,
Limitador de ações,
Escudo dos covardes,
Senhor do comodismo…
Tudo se confundiu e se funde
Numa busca agressiva de
Reviver os momentos mentiras,
Doce e amarga utopia clandestina,
Que ressuscita esperanças inconcebíveis,
Fugas para o conto de fadas
Encantando ao primeiro olhar,
Com suas cores reluzentes e fascinantes
Que fatalmente cegam no fim.
Odeio ser tragada pelo gostar!
Anestesiada ainda sigo,
Porém, um dia meus olhos
Ficarão sem neblinas,
Contemplando o espetáculo teatral
Que é a vida.