NUVEM

Hoje pego das rédeas do meu destino

Sem permitir nenhuma invasão...

Mas ao contrário que possam pensar...

Não deixarei de variar entre a loucura e a razão!

Hoje me torno nuvem alva no céu...

Cintilando no horizonte, atrás dos montes...

Encobrindo o astro-rei, pairando sobre seu olhar...

Mas nunca se deixando tocar, domar!

Branca nuvem a no céu roubar a atração...

Em cada momento se fazendo nova forma

Brincando com todo e qualquer imaginário

Num bailar onde a melodia eu mesmo faço!

Hoje me torno nuvem alva no céu...

Que num rompante pode escurecer

Atraindo raios para os mais incautos

Fazendo sua vida sucumbir em holocausto.

Ou posso mesmo deixar cair minhas águas

Suavemente em algum escolhido...

Mas nem pense da nuvem ter o domínio!

Logo ela evapora e retorna ao seu abrigo

Hoje me torno nuvem alva no céu...

E se você quer um conselho sábio...

Deixe essa nuvem no lugar onde está!

Não tente possuir seus atos e formas

Não a tente moldar ou paralisar!

Ela é feita de substancias voláteis

Mas com uma força de renascimento sem igual!

E... Se algum mortal (pobre mortal!)

Lutar para destruir essa nuvem...

Estará causando um dano maior!

Porque essa nuvem se transmutaria

Tornando-se um mito, uma estrela...

Aumentando mais a sua grandeza

E do céu continuaria fazendo sua morada

Só que agora com um brilho infindo!

Santo André, 13.05.2005 – 13:37 h