Tarde demais
O que foi feito não dá para ser desfeito.
Quem brinca com fogo, se queima.
Agora é conviver com mais uma cicatriz.
Luto contra o que sinto, mas não tenho controle.
Foi dada a largada, o relógio não pára.
Me coloco nos braços do tempo
na esperança de que ele me embale
um sono profundo, longo.
Ao despertar quero ter esquecido
a sua língua, os seus olhos,
as suas mãos nas minhas pernas e nuca.
Quero ter parado de ouvir o que a sua boca me disse.
Porém, estou desperta, insone.
As lembranças presentes pulsam cheias de vida.
Alimentando-se de minha confusão.
Bebi de um bom vinho, ouvi o meu coração.
E tudo o que aconteceu, faz sentido...