(Tentaram, em vão, saber quem eras)
O TEU NOME
O teu nome ninguém jamais cantou.
Som agreste, de cardos eriçado,
a sangrar de papoilas, retalhado
por lâminas de sol, teu nome eu vou
pendurar num poema, lado a lado
com nomes de poetas e de heróis,
e adorná-lo de estrelas. Vou depois,
sentado na memória do passado,
ouvir o vento entoá-lo pelas quelhas,
soletrá-lo na cal das casas velhas,
gemê-lo entre os caniços ressequidos.
Teu nome, meu amor, alor selvagem,
grito de silvas que me vem na aragem,
guardo-o baixinho dentro dos ouvidos.
(Prisão de Caxias, 17 de Outubro de 1972)
O TEU NOME
O teu nome ninguém jamais cantou.
Som agreste, de cardos eriçado,
a sangrar de papoilas, retalhado
por lâminas de sol, teu nome eu vou
pendurar num poema, lado a lado
com nomes de poetas e de heróis,
e adorná-lo de estrelas. Vou depois,
sentado na memória do passado,
ouvir o vento entoá-lo pelas quelhas,
soletrá-lo na cal das casas velhas,
gemê-lo entre os caniços ressequidos.
Teu nome, meu amor, alor selvagem,
grito de silvas que me vem na aragem,
guardo-o baixinho dentro dos ouvidos.
(Prisão de Caxias, 17 de Outubro de 1972)