Poema viciante

Precipito-me às palavras quentes

e por lá, sob uma ardência imensa,

flutuam meus sonhos mais belos...

A distância me consome.

Queima-me o intervalo atlântico

entre os teus delírios

e os meus doces desejos.

Viro-me, inquieta

e a sedução dos teus versos me enleia.

Liberto-me de todo o peso. Flutuo, leve...

Ainda com o corpo oferecido,

deleito-me com os extensos gemidos

dos gritantes chamamentos

antes de me içar dessa letargia.

Num só movimento,

alargo-me na poesia

e misturo-me a ela,

desnuda e bela...

Mais uma vez,

torno-me um poema sentido

cujas estrofes fervem de ânsias.

O teu amor volve aos meus olhos

nas minhas entranhas

feito uma oscilação vertiginosa

como um mistério rimado

de torrentes sensações.

E agora a minha carne

é onda que gira em cio poético

é espuma que estoura nos rochedos perfeitos

é um poema inteiro indo ao teu encontro,

desejoso, viciante, totalmente apaixonado ...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 24/03/2009
Reeditado em 09/07/2018
Código do texto: T1503179
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