Primavera
Ó primavera não mora
num resquício de desejo
na taça da tua corola
depositei o meu beijo
Primavera, se te escondes
à revoada de amores
o vento rude responde
à brisa, não me namores.
Meu corpo torna-se cálido
à presunção de tuas cores
mas lá fora, ramo pálido
nu, reclama das dores
do tempo que nos apanha
pois que em tantas primaveras
será, do inverno, a sanha.
Ó primavera não mora
num resquício de desejo
na taça da tua corola
depositei o meu beijo
Primavera, se te escondes
à revoada de amores
o vento rude responde
à brisa, não me namores.
Meu corpo torna-se cálido
à presunção de tuas cores
mas lá fora, ramo pálido
nu, reclama das dores
do tempo que nos apanha
pois que em tantas primaveras
será, do inverno, a sanha.