Mutação
Pessoas falando,
E o tempo passando,
A vida correndo,
E o corpo morrendo.
Intelectos histéricos,
Poesia capenga,
Música interminável,
E vinho avinagrado.
De tudo isso se fêz momento,
De tudo isso se fêz escrito,
Porque não dá pra rimar
conhecimento com felicidade.
Inventou-se a escrita,
Inventou-se a natureza,
E tudo no mesmo balaio,
Virou a geléia de todo dia,
espirrada no retrovisor do carro.
E os recortes de realidade,
Viraram prozac e cocaína.
No fim de tudo inventaram um meio,
De dizer que tudo no mundo é arte.
Será?