Mutação

Pessoas falando,

E o tempo passando,

A vida correndo,

E o corpo morrendo.

Intelectos histéricos,

Poesia capenga,

Música interminável,

E vinho avinagrado.

De tudo isso se fêz momento,

De tudo isso se fêz escrito,

Porque não dá pra rimar

conhecimento com felicidade.

Inventou-se a escrita,

Inventou-se a natureza,

E tudo no mesmo balaio,

Virou a geléia de todo dia,

espirrada no retrovisor do carro.

E os recortes de realidade,

Viraram prozac e cocaína.

No fim de tudo inventaram um meio,

De dizer que tudo no mundo é arte.

Será?

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 04/05/2006
Código do texto: T150189