É tarde...
É tarde...
Depois da dose de veneno
que me deste com vinagre e sal,
te angustias e volitas ao meu redor,
na ânsia de me salvar do mal...
É tarde...
o presente que me deste,
envolto em negro papel,
tinha cheiro de desgosto
e amargo sabor de fel...
Ah, triste alma insensata!
Brincaste com nossa vida,
deixaste minha alma ferida...
achaste bom ser cruel?
Traçaste um outro destino
para nós, por desatino,
ao usar sórdidos ardis,
mentiras, fingimento...
quantas atitudes vis!
É tarde...
Não derrame sobre mim
esse olhar angustiado,
afinal,
foste tu que escolheste o cinza
para pintar nossos dias,
mas fui que perdi a alegria
em algum lugar do passado.