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FERIDA NA SELVA






De manhã vi uma ferida aberta na mata,
fiquei assustada pois não era uma trilha de caça,
havia árvores caídas e mato esmagado
e ervas sagradas jogadas ao lado.
 


E ouvi também o barulho estranho
de um monstro raivoso que estava gritando,
e enquanto eu corria de volta à tribo,
eu ainda ouvia das árvores o gemido.
 
Que monstro é esse? perguntei para os velhos,
e eles me disseram: é uma estrada dos brancos,
que invadem as nossas terras sem respeito
como se possuíssem todos os nossos direitos.
 


Mas, não fique assustada pequena, não chore,
Não há pecado sem culpa, nem crime sem castigo,
O que hoje fazem com a mata sem preocupação,
amanhã pagarão o preço desta destruição.
 


Acharemos um outro lugar para nossa aldeia,
do mal feito para a selva, a terra não se esquece,
e em forma de raios, furacões, calamidades,
no final o destruidor terá o que merece.