CANTO PARA O FUTURO NO PASSADO

O burguês é o poder

com mão-de-obra barata.

As incansáveis mãos em obra

não carregam armas,

não assumem a fala engasgada.

Vulto aos pés,

pasta e flanela,

couro brilhante,

mãos hábeis,

futuro incerto,

vida curta.

Não é missa de sétimo dia,

alma perdida,

corpo apedrejado.

Secos olhos em pranto

em frente à igreja.

O lucro é residência do pecado

erguida na ambição desenfreada por fartura.

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Este poema compõe o projeto “O tolo, o roto e o homem”.

Luís César Padilha
Enviado por Luís César Padilha em 21/03/2009
Código do texto: T1498447
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