PINTURA ANDANTE
Retrogade! Século dezenove
Venham comigo no passado...
Monumental quadro se move,
Pela mente envolver - criado.
A alameda toda em festa
Inebriando com o amroma
Das baloiçantes gestas.
Com o vento o céu assoma.
Suas calçadas em mosaico,
Qual encantador páramo.
Reluz no contato do facho
Do sol. Sombreando os álamos.
Ouve-se o andar, passos leves
Com graça no seu pisar.
Qual pomba-de-bando, suaves
No mais belo esvoaçar.
Eis que surge! A ninfa
No niveo vestido bordado.
Quadro que o artista pinta.
Sonhando de olhos acordados.
As borboletas em festa
Ficam como a bailar.
Esvoaçantes sobre as giestas;
P'ra dama, o caminho enfeitar.
No seu andar dengoso
A mostrar-lhe a petrina.
Ornamenta o pescoço
Uma joia alabastrina.
Tudo nela fascina,
No gesto meigo - faceiro.
O mancebo se alucina
No trejeitar matreiro.
As folhas todas se agitam
Mostrando-se em ciúme.
Vendo passar catita.
A dama - celestial nume.