Para onde?
Procuro caminhos, destino e origem;
Razão e desatino, diante do obscuro
Quero ao menos a paz ,de passagem;
Ilusão derradeira de um porto seguro
Vivendo puro dentro da miragem
Uma imagem corrompida do futuro
Sigo inseguro sobre essa paisagem
Cuja passagem se perdeu no escuro
Sigo mentindo sob parca coragem
Citando a esmo, um tolo artifício;
De ofício, mesmo, restou a imagem
Contida na voragem do sacrifício
Cujo vício é prosseguir na viagem
Vertigem e medo do precipício...