AUTÔMATO DO TEU AMOR
Caminhando preso na coleira em tua mão.
Sendo um homem, protótipo de um ser,
Sem raciocínio, por transbordar-me a paixão,
Anseio fluitivos desejos na espera do prazer.
Perdido em correntes que chamo... felicidade,
Obediência ao comando que se me apresente.
Já não sei onde foi parar a minha vontade,
Conduzido pelo amor, sou guiado docilmente.
Imagino-me nesse e em outro contexto
Domínio julgado como um sacrilégio.
Para mim, são deduções de um pretexto,
Para estarem em meu lugar de privilégio.
Entreolhar de nós dois, Tu és minha dona,
De uma expectativa, de resultado esperado.
O teu corpo, tua boca,... Voluntários; soma,
No brincar de línguas, de um beijo molhado.
Na janela, uma brisa de outono, traz a folha,
Vestido que cai, carinho que prende o coração,
Sou botões, ante teus dedos, por uma escolha,
Sou teu cachorrinho, no deleite do teu colchão.
Basta teu olhar, sem ser preciso ordenar,
Na espera do teu beijo, toque do teu sabor.
Digita dentro de mim, telúrico a navegar,
Imprimindo paixão, autômato do teu amor.
escolado poeta/RJ - 1991
Mantenha o nome do autor.
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