Imagem do google (Poema republicado)


Outonos

No outono em que me encontro
habito desertos.
Em todas as direções
as folhas caem em flocos.
Reconheço de quem me gerou
uma suave aragem
e o brilho dos seus olhos
que sorriam para mim.

Frutos não plantados,
faço as pazes com Saturno.
No céu rouxinóis entoam Ave Maria
em estacato.
Na estação nupcial,
de penas novas, voam pouco.
Neste azul sem igual
sou José voltando do Egito.


Dispo-me de folhas
como se despe a árvore
de memórias.
Entre cruz e pétalas
os dias diminuem

e as estrelas colhem sensatez.
Choram uma parte folhagem
e outra parte nudez.



meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 20/03/2009
Reeditado em 17/11/2011
Código do texto: T1497071
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