Carências...

Ah! Que carência de leveza

a transbordar das almas todas...

Das almas que deveriam

emanar brilhos e lampejos

de sol, de luz, e de cor,

simplesmente serem amor...

Ah! Que carência que temos

de promissores caminhos largos,

emissores de paz e flores

para um convívio pleno,

promovendo os labores

que nos aterrizam por aqui...

Ah! Que carência de voz,

na ausência do som da vida,

na mudez dos ventos calados

que não mais cantam estações,

e nem sustentam sonhos alados...

Ah! Que carência que temos

de não ter carência na alma

e de ser apenas vivente,

ser estrada, rio e ponte,

ser como estrela cadente

que um dia caída do Céu,

plantou-se no horizonte...

... Ah! Que carência de Céu...