Pobre menina Maria

Pobre menina Maria,

Tão sofrida, tão sozinha.

Sem esperança cresceu,

Como um animal sem dono viveu,

Largada a própria sorte,

Nas mãos que traziam a dor maior que a morte.

Pobre menina Maria,

Que cheia de sonhos viveu,

Desejando alguém que a ajudasse,

Que a livrasse do seu martírio sem fim.

Pobre menina Maria,

Que mesmo sofrendo sorria,

Em meios ao que não entendia,

Achando que tudo era normal.

Pobre menina Maria,

Que tem o coração esfarrapado,

Que o sofrimento ultrapassa a humanidade,

A humilhação é companheira fiel,

Das noites e dias de ilusão,

Em que se espera um milagre dos céus.

Pobre menina Maria,

Que mesmo chorando não desistia,

Tinha um meigo olhar a encantar aos que viam,

Mesmo triste sorria.