ENQUANTO
Degusto
Gota a gota
A tua boca
Na saliva
Na palavra
-E te amo tanto.
-É poesia-
É quase prece
É quase sempre
Um quase encanto
E -tesa a alma-
E -tensa a calma-
Esmurra
E espalma
A face do medo.
Equilibro-me
Na navalha
Que desliza
-A minha carne-
-A tua derme
No arrepio
Da minha língua
No teu cerne.
E é quase sempre
Um quase encanto
O sangue quente
A noite
O manto
A mão
A mente
(A morte?)
O “enquanto”.