ENQUANTO

Degusto

Gota a gota

A tua boca

Na saliva

Na palavra

-E te amo tanto.

-É poesia-

É quase prece

É quase sempre

Um quase encanto

E -tesa a alma-

E -tensa a calma-

Esmurra

E espalma

A face do medo.

Equilibro-me

Na navalha

Que desliza

-A minha carne-

-A tua derme

No arrepio

Da minha língua

No teu cerne.

E é quase sempre

Um quase encanto

O sangue quente

A noite

O manto

A mão

A mente

(A morte?)

O “enquanto”.

Dalila Langoni
Enviado por Dalila Langoni em 02/05/2006
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