DEVANEANDO
Sou um navegante errante
guiado pelas águas frias da ilusão...
Lá no horizonte descortinado
o mar se encontra com o céu,
enquanto eu, um solitário viajante,
fixo meu olhar no infinito,
nele buscando encontrar
o sorriso da minha amada
e o cintilar dos seus olhos
navegando em minha direção.
Mas que nada!...
Apenas o gosto amargo da desilusão
é o que vejo aproximar-se de mim,
trazendo com ele a certeza
de que distante dos meus olhos
ela para sempre permanecerá.
E o meu peito, velho e cansado,
acostumar-se-á com a solidão,
cuja razão dos meus devaneios
é o fato de a amada não existir.