O tempo se bate feroz...
O tempo se bate feroz
Toma a noite para si
Lascinante como a dor temida
Tornando essa janela o seu algoz
O pensamento corre
Busca insanamente um covil
Qualquer canto, qualquer beira,
Para levantar essa voz que morre
Ele voltou divagar
Até parece um sarcedote
Sem batina é claro
E agora vai falar sem parar
Um manto escuro cobre o dia
São meus pecados, meus pecados
Cruz para minha indulgência
Faltei para com meus queridos
Fui da vergonha à blasfêmia
Mas encarei os estúpidos
E se me lembro, acho que bati com violência
Sei lá, quase não vejo
É verdade, estou cego
Tentei ajudar, mas fui traído.
Um vasto caminho
Morre, onde se inicia outro.
Peixão89