O Gigante
Sob o sol,
surge o gigante.
Sua sombra se projeta
no deserto onde se esconde.
É de enorme palidez
polida na força
e sabedoria
da vida que
não aguarda.
A lua lhe
brilha como olhos
de alguém
que não sonha.
A noite é como
um véu do amor.
Seus dias tornam-se
o féu da solidão.
Passa o grande homem heroico
sobre a maldade
e o pranto.
Traz luz e verdade;
cântigos livres
das instituições que não confia.
Mais nos seres,
então, vai
o gigante ama e esquece
de ser ponto e referência.
Rendido está
no que não
se dá em todos.
Raro amor de se sentir.
Certa é dor que tornará.
No abismo,
então, se joga
o gigante no deserto
estático.
Água falta
e sobra fome;
nada diz-se
enquanto a Morte nasce.
Há eclipse
de sei lá o quê.
Da dúvida,
ou apego,
e há eclipse
sei lá quando.
Tapa o sol -
sol de gigante.
Ele cego,
sem sua sombra,
cai de face
nas areias.
Surge então
lá na penumbra
ser tão belo
e demoníaco:
a serpente
que dança o ventre
já traçado
de tanto rastejar-se.
Pica os olhos,
cega os olhos;
o gigante peçonhado.
Morto está
e é pequeno
no pecado
ou desejo.
Sua força não mais há.
Grandioso não mais quer.
Ser de dores
hoje cria-se,
pela peleja treva louca,
na ausência da luz solar.
Ride snake
to the lake.
Ride snake
where there’s
a killer so sad.
efimdepapo