Entre a vida e a morte

Não enxergo o futuro,

nem me lembro do passado,

Meus passos estão lentos.

Da minha mocidade,

só a saudade.

Sinto o perfume das damas,

nos salões a valsar.

Esqueço rapidamente,

do último sonho que sonhei,

da última música que ouvi,

da última mulher que amei.

Nos momentos de lucidez,

como estou agora,

sinto sede de vida,

saudade de outrora.

Galopando em ventania,

chapéu de abas largas,

valsando nas madrugadas,

nas noites chuvosas e frias.

O soro no conta-gotas,

mistura-se ao sangue,

Misturam-se as imagens,

neste leito de hospital.

Às vezes, vejo anjos,

em trajes brancos,

ou um ser divinal.

Passam lentamente,

gota a gota,

gota a gota,

e a vida vai como a gota

do conta-gotas,

lentamente...

SILVIA TREVISANI
Enviado por SILVIA TREVISANI em 16/03/2009
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