SETE PÉTALAS
Encontrei sete pétalas de rosas,
abandonadas pelo chão da vida,
que me levaram à meditação.
Lembrei-me de épocas ditosas,
de mulheres que nesta estrada
marcaram meu incauto coração.
A pétala de cor mais roxa
levou-me ao primeiro amor,
aos braços da linda gaúcha.
A morte levou seu esplendor
com sua luz para eternidade.
A outra no mais lindo carmim
recordou-me a misteriosa cigana,
forte paixão, que não teria fim,
mas foi-se com a caravana,
levando a minha felicidade.
Uma única de tom amarelo
trouxe à mente aquela que era
amante de jóias e tudo que é belo,
por isso não há amor que segura.
Ensinou-me que amar é desafio.
Ao rubor da mais amaçada,
relembrei aquela tímida mocinha,
que sabia amar e ser amada.
Tentação o seu corpo mantinha.
Perigosa como onça no cio.
Em relevo, aquela mais pequena,
tão só e diferente das demais,
como uma sedutora morena,
cujo beijo não esqueço jamais,
com a qual vivi paixão fugaz.
Depois eu vi uma bem clarinha,
que me causou medo e arrepio,
como uma certa erva daninha
que deixou meu coração vazio,
levando, ainda, meu lume e paz.
Enfim, uma de duas cores,
trazendo-me a imagem nítida
que guardei de todos amores,
essências de toda minha vida
e o que, por cada uma, senti.
E em cada pétala que eu vi
ardeu a centelha da desilusão
e recordei uma grande paixão
e em cada paixão eu morri,
para reviver o amor em ti.
SP. 16/03/09