Minhas mãos.
Eu posso escrever a minha dor e
com requinte expor
cada uma das amarguras que passo
e todo o lado que eu tento ocultar a ti.
Posso sim, fingir que a mágoa não me fere
e que não há em mim, nada impuro!
porém tu que me conheces e sabes o mais profundo
de tudo o que sou e o que eu sinto
não poderei te enganar!
Conheces tão bem a minha essência, só tu podes me julgar!
E é por isso que na tua presença não minto.
Eu me rasgo, eu me dispo de tudo que isto, das acusações, dos falsos sorrisos para me achegar a ti.
não sei como me definiria o homem que me visse como tu me vês.
Não sei! Não sei!
Mas é a confiança que tenho em ti , que me permite ser assim
nem sempre pura, nem sempre belas as minhas palavras
nem sempre atenciosas ou despretenciosas...mas sempre pra ti
orações se tornam elas.
Por que a essência dessa busca por ti é reconhecer que somente você me conhece, somente você permanece depois que estas palavras se esquecem.
Depois que as mãos ficam vazias da minhas palavras
e minhas palavras ficam vazias de mim para engrandecer
as obras que as tuas mãos em mim fizeram.