Minhas mãos.

Eu posso escrever a minha dor e

com requinte expor

cada uma das amarguras que passo

e todo o lado que eu tento ocultar a ti.

Posso sim, fingir que a mágoa não me fere

e que não há em mim, nada impuro!

porém tu que me conheces e sabes o mais profundo

de tudo o que sou e o que eu sinto

não poderei te enganar!

Conheces tão bem a minha essência, só tu podes me julgar!

E é por isso que na tua presença não minto.

Eu me rasgo, eu me dispo de tudo que isto, das acusações, dos falsos sorrisos para me achegar a ti.

não sei como me definiria o homem que me visse como tu me vês.

Não sei! Não sei!

Mas é a confiança que tenho em ti , que me permite ser assim

nem sempre pura, nem sempre belas as minhas palavras

nem sempre atenciosas ou despretenciosas...mas sempre pra ti

orações se tornam elas.

Por que a essência dessa busca por ti é reconhecer que somente você me conhece, somente você permanece depois que estas palavras se esquecem.

Depois que as mãos ficam vazias da minhas palavras

e minhas palavras ficam vazias de mim para engrandecer

as obras que as tuas mãos em mim fizeram.

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 16/03/2009
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