Soneto desenganado.
Cedo visto o medo para a batalha
Não vejo vitórias no horizonte
Perdidas nas glórias, sonho distante
A força do credo se fez mortalha
O mundo é frio no fio da navalha
O destino como um rio sem pontes
Ampara com a firmeza dos errantes
E refresca no útero das fornalhas
Maldita existência, vida canalha
Fantásticas demências são suas fontes
Escravos que se imaginam diamantes
Na ilusão que sustenta quem trabalha
Ou na paixão que atormenta os amantes
Traídos na certeza da razão que falha.