A MÃO E A VOZ

O que vê, vive, sente.

As linhas escritas sem segurança.

A simplicidade das palavras.

Do repentista ao clássico,

o povo é visto.

Ser a voz do papel.

Ser a mão do povo

O momento constrói o sucesso.

Uma atitude mimética

causa uma visão profética

para todos terem acesso.

Sou a voz de um povo.

Sou a mão sem o novo.

Não vendo,

esqueço.

Com rima,

envelheço.

Se escrevo,

me meto.

Metrifico,

obsoleto.

O encontro

do eixo:

a voz

e o fecho.

Sê a voz

em um gesto.

Sê a mão

em um texto

A voz só é devidamente apreciada

quando provém de mãos limpas.

..... ..... ..... ..... .....

Este poema compõe o projeto “O tolo, o roto e o homem”.

Luís César Padilha
Enviado por Luís César Padilha em 15/03/2009
Reeditado em 15/03/2009
Código do texto: T1487612
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