A MÃO E A VOZ
O que vê, vive, sente.
As linhas escritas sem segurança.
A simplicidade das palavras.
Do repentista ao clássico,
o povo é visto.
Ser a voz do papel.
Ser a mão do povo
O momento constrói o sucesso.
Uma atitude mimética
causa uma visão profética
para todos terem acesso.
Sou a voz de um povo.
Sou a mão sem o novo.
Não vendo,
esqueço.
Com rima,
envelheço.
Se escrevo,
me meto.
Metrifico,
obsoleto.
O encontro
do eixo:
a voz
e o fecho.
Sê a voz
em um gesto.
Sê a mão
em um texto
A voz só é devidamente apreciada
quando provém de mãos limpas.
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Este poema compõe o projeto “O tolo, o roto e o homem”.