POESIA POR PRAZER
 
O verso cresce
se aprendo
esquivá-lo
da teia que o tece.
 
Parece filme sem começo ou obra sem cinema,
perigo que persigo:
_esculpir no jovem poema,
palavras apenas.
 
Exploro um tema:
atos indizíveis completam-se nas cenas.
 
Esqueço obstáculos
fantasmas e criaturas amenas.
 
Atravesso transparências
desço ao óvulo do ser profundo,
mergulho nas ciências.
 
Alcanço o sintético
O abrupto instante mágico
O interior do nada
O exterior do tudo
O drama do meu contrário:
 
o conteúdo!
 
Oh! Inatingível leitor.
Ensina-me a transpor tua indiferença!
 
Oh! Respeitável público.
Ensina-me a percepção do prazer intenso!
 
O rico hermético sabor poético que carrega o incenso,
O perplexo da explosão do gol indefenso,
O êxtase trágico do limiar perfeito do sexo.
 
13/03/2009