INVEJA DA VEIA POÉTICA!!
Ah, que inveja sinto eu dos teus poemas,
aqueles que mais gosto e não os fiz...
inveja de não ter dito tuas palavras
através de minha boca, do meu ser,
dos meus escritos, que até então não disse
que até então, aflito, também não quis...
Aquele jeitinho,
aquela expressão
que povoa o pensamento
e que, hora de dizer não disse,
pra talvez não cometer senão!
Como não escrevi,
nem falei tão ternamente
aquilo que seria ungüento
a todo o sofrimento,
que preenchesse sempre o nosso coração?...
Ou será que, por não ter dito logo,
roubaste-me a idéia da inspiração?
Ah poeta-poetisa, em prece a ti, eu rogo
que bom que o teu poema existe e insiste
de forma incisiva pra dizer no meu lugar
o que deveras, eu nunca disse,
Ainda que eu vivesse uma jornada eterna,
inda se me restasse perna
pra buscar em teus poemas
isso tudo o que transmites
a provocar-me o que sentiste
dessa tua emoção!!!
Inveja! Inveja! Inveja,
sentimento pardo,
que padeço em fogo, ardo...
plena impaciência,
minha incompetência
de amar-te para em mim,
transformar-te em fardo!
Eis poeta-poetisa,
que o meu amor é árduo,
e ai de ti, se ainda eu tiver u´a voz mesmo postiça,
eu brado contra o quê, de tudo em ti, que me enfeitiça!
Serrinha, 13 de março de 2009.