POETA POR POETA

POETA POR POETA

Não poeta, tu não tens o direito,

de matar nenhuma ilusão,

tu nasceste para fazer bem feito,

o sonhar de cada coração...

Eu te espero e não me peça o contrário,

também eu vivo das mesmas contradições,

cumprindo assim o meu triste fadário,

no cenário das minhas ilusões...

Achas que eu escrevo somente verdades?

Não te iludas com as minhas palavras postas!

Elas se manifestam além da minha vontade,

sem esperar pelas minhas respostas!

Eu te espero como quem espera a aurora,

de um dia que há muito foi embora

e ainda que a razão insista em me lembrar,

eu tento enganar a solidão, neste esperar!

Não me peças, pois, que eu não te espere,

deixe que também eu viva esta quimera,

nesta vida que não há nada que tempere,

a ilusão ainda dá gosto a esta espera!

Que importa se tu nada sentes,

que finges o amor e a dor?

Importa que assim como mentes,

alimentas a minha ausência de amor!

Deixe que eu te espere, ainda que jamais venhas!

Além dos teus versos, nada mais me resta...

Empresta-me as tuas mentiras, não me detenhas

e eu te darei a ilusão que me completas!

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 13/03/2009
Reeditado em 12/12/2011
Código do texto: T1484733
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