Poema para uma águia de asas quebradas
A morte é essa... que separa,
a morte dos sonhos,
a morte da vida,
a morte que prende, que sufoca, que mata,
a morte sem rosto,
a morte das mãos de ferro que apertam-na
até que sua alma escape
e seja engarrafada...
No que você tornou-se?
... onde estará o vento?
Ele, hoje, não sopra mais sob suas asas...
os golfinhos ficaram lá te esperando
e até morreram te esperando...
e você estava aqui,
dando de graça sua vida tão valiosa
e chorando sem amigos e sem coragem.
Quem foi teu medo, águia?
Por que não o destruiu?
Me diz quem foi teu medo
e me diz se ele é tão grande assim
que o infinito não o comporte...
por menos Deus castiga.
Destrua seu mundo se ele te aprisiona,
quebre as correntes e tenha pressa...
a noite não tarda a chegar.