BEIJOS IMPOSSÍVEIS

Nas caladas da noite escura e fria

Em meu quarto acordado a meditar

Recordo com total melancolia

Os beijos que jamais lhe pude dar.

Se a alma saudosa, um dia, conseguisse,

Para bem longe, rápida, voar,

Com prazer, alegria e fidalguice,

Eu iria, com certeza, lhe buscar.

E ao chegar ao recanto onde resido

Eu lhe apresentaria às flores belas

Que trescalam olores a cupido

Ante o gorjear das aves tagarelas.

E a brisa suave, a fonte cristalina,

Seus pés homenageariam, com certeza,

Enquanto do alto a luz divina

Viria iluminá-la, ó princesa.

E, ao voltar ao seu mundo colorido

Com você eu voltaria, de verdade,

Ou então ficaria entristecido

E depois... Morreria de saudade!