EU NASCI PRA SER POETA

Nasci pra ser poeta

Poeta hoje sou

E, nesta linha reta,

Enveredando vou

Sofendo por demais

Sorrindo a valer

Eu busco minha paz

Na arte de escrever

Poeta o mundo mira

A flor breve da idade

E busca numa lira

Compor "A Soledade"

Os versos não conheço

E nem sei eu cantar

Aquilo que não esqueço

Me ponho a anotar

A vida me deu flores

Belíssimas, por demais

E eu sofro de dores

Flores, já murchas estais!

Eu versos não conheço

Nem a cor azul do mar

Aquilo que escrevo

É só meu imaginar

Nasci pra ser poeta

Poeta torto sou

Não sigo bem em reta

A senda onde estou

A minha vida é triste

Soturno o meu olhar

Meu gozo não existe

Só tenho em mim pesar

Se hoje eu escrevo

Se faço poesia

É porque nada mais levo

Nesta minha vida fria

Que um lápis - o meu dedo

Papel - meu coração

O resto eu tudo perco

Sofrendo de ilusão

Meus versos não são bons

Lá isso reconheço

E, se prroduzem algum som,

(Fino, sem tom, que seja)

Não é porque mereço

Eu sou pobre de dom

Uma estrela apagada

E, se em algo eu sou bom,

Seja em levar pancada

Nada na vida conheço

Tudo, tudo é ignoto

E, se, por isso, me entristeço

Meus versos na folha boto

Não são bem versos o que faço

São apenas soluços forçados

Velhas palavras que acho

Choros desperdiçados

Bom, nasci pra ser poeta

E poeta hoje sou

Mas versos não são meus versos

Disso prova eu mesmo dou

Leiam estes velhos "versos"

E vejam que mal estou.

Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira
Enviado por Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira em 12/03/2009
Código do texto: T1482628
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