Entrego
Leve, se quiseres, esta obra
Que, construída, causou-me gana
Com frígidas mãos que meu rosto bolina
Congelando, sombrias, o que me impôs a chama.
Chama quente que em fria alma
Controla choros e risos nascentes
Queimando tudo que se impõe à calma
Instalando, em meus olhos, brilho fulgente.
Não será perda, nem sequer desencontro
Desistência, talvez, desta obra insana
Que burlando o que tarde abandono
Colhe, cedo, tudo que planto.