Poesia do Perdão
A frieza da qual fui alvo,
hoje gela meu coração.
O apreço que antes tinha,
não senti nem por mim mesmo.
Essas mãos, esses olhos...
dissimulados e indiscretos,
matando a timidez
que neles um dia vi.
Chora, esquálido tesão!
Mire a vida e a visão.
Não há mais
bem que te assole.
Não há mais
porque não ser.
Olho, então.
Respiro e descanso.
Meu tranquilo é
muito exato e
tão sem trema.
Tão vivaz em seu momento;
espelhado no passado,
vivendo um sonho futuro.
Se do sonho acordo,
só me resta a angústia
de viver no remorso
das palavras nãoditas.
Desalmado sou.
Perdoado estou,
pois já sabe da inconstância
daquilo que conhecemos.
Sobre tudo o que perdemos?
Era nada; quase amor.