Cigana
Mesmo que as trevas me levem em sua calma mórbida
Meu coração bate em paz
Não fui rica,não fui santa mas fui feliz
Tive o dom de saber o que passa por mim
Pude ver nos olhos de quem me olha o desejo inconfesso
Em verdes rainhas;azuis dominadoras;castanhos calmas
Entenda amor eu não sou de ninguém
Por isso danço e hipnotizo só para torturar
Não sou bruxa nem divina
Mas quase posso ver o futuro
E no meu futuro não havia nada
Além de fantasias e solidão
Entrei no meu quarto,que não me pertencia
E por várias vezes me senti agredida
Não sei se pelo tom rosado das paredes
Ou pelas gotas de água que despencam do teto
É engraçado ver que sempre fico a sonhar com as luzes
Que atravessam minha janela e as cortinas de seda velha
Junto com os sons das pessoas indo e vindo
Chorando essa vida miserável que eu bem conheço
Eles choram por viver no escuro
Por comer defuntos
Por dormir no frio
Eu aqui já não sinto as jóias nem as pessoas
Mas antes,eu chorava por viver assim...