Cigana

Mesmo que as trevas me levem em sua calma mórbida

Meu coração bate em paz

Não fui rica,não fui santa mas fui feliz

Tive o dom de saber o que passa por mim

Pude ver nos olhos de quem me olha o desejo inconfesso

Em verdes rainhas;azuis dominadoras;castanhos calmas

Entenda amor eu não sou de ninguém

Por isso danço e hipnotizo só para torturar

Não sou bruxa nem divina

Mas quase posso ver o futuro

E no meu futuro não havia nada

Além de fantasias e solidão

Entrei no meu quarto,que não me pertencia

E por várias vezes me senti agredida

Não sei se pelo tom rosado das paredes

Ou pelas gotas de água que despencam do teto

É engraçado ver que sempre fico a sonhar com as luzes

Que atravessam minha janela e as cortinas de seda velha

Junto com os sons das pessoas indo e vindo

Chorando essa vida miserável que eu bem conheço

Eles choram por viver no escuro

Por comer defuntos

Por dormir no frio

Eu aqui já não sinto as jóias nem as pessoas

Mas antes,eu chorava por viver assim...

Inari
Enviado por Inari em 10/03/2009
Código do texto: T1479999
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.