Cacto

Sou forte, resistente, agüento todo aperreio,

Sem água, sem verde, sou belo e sou feio,

Queimam-me, me cortam e torno a enfeitar,

Sem brilho ou beleza, mas sempre estou lá,

Na terra ou na pedra, to sempre sozinho,

Não tenho uma rosa, pois sou só espinho,

Não dou fruta ou sombra, tampouco abrigo,

Vivo sem ter o prazer do abraço de um amigo,

Mas como disse: sou forte,

Sofro mas num desisto,

Com fé em Deus e na sorte

Me esquivo desse castigo,

E, mesmo frente a tanto espinho,

Todo esse desatino,

Bato no peito e me orgulho

Do meu sertão nordestino.

Dezwith Barros

08/01/09