DE QUÊ SIRVO?



Mesmo esquecido... contigo envelheço
caminhamos juntos; eu da luz escondido
saltamos unidos, mas o sol já esqueço
tratado sem garra, como se fosse nada
 
ajudo equilíbrio, evito quedas, atos
exceto alguns bizarros nem tenho prazer
em esportes comigo evitas contatos
sou quase que escravo, sem teu bem-querer 
 
flexiono-me por ti, quando queres sair
outra vez esquecido quando é hora de entrar
úmida, quente, fricção a se prolongar
se me enfeitas me ocultas sem lembrar
 
me pressionas sem cuidado então calo
e diante das danças evitas meu par
desprezado em atritos a escorregar
em tuas modas, distrações, eu falo
 
nas quinas das mesas, nas portas, no andar
e uma fúria absurda vem te dominar
em manhã de segunda ou domingo tardar
me apertas, nas coisas tropeças... tropicar
 
logo pode vir unha a encravar até
nem andar, saltar, chutar... nem pensar futebol
paga ingratidão com teu dedo do pé
Ah! Quando eras infância... saudades do sol