Do velho
Quando pego das páginas deste caderno
a saudade me enerva
soluços dissipam-se de minha goela
choro copiosamente à luz desta vela.
Os olhos marejados
na boca, o gosto amargo
o sal dos meus pecados
estreito entre as mãos a bula
do arsênico tomado.
Eu não só o desejei fazer, como o fiz
quando peguei das partes deste caderno
um momento de embriaguez tomou-me decerto,
como desejo o gosto do velho.
Não, eu já não mais o quero!
Detesto!
Vomito o néctar do mofo
de tudo o que é velho
preciso cortar o fio do cérebro.