Utopia da Vida
Estou murchando como uma flor,
As palavras se esvaíram de mim,
Não encontro mais a rima,
Me inspiração se foi,
Sobrou-me apenas esta sina,
De escrever do que me dói.
Assunto já não tenho,
Restaram-me tão somente algumas lembranças,
Escondidas no porão da minha mente,
Empoeiradas e disformes,
De quem caminha lentamente,
E já se juntou aos pobres.
Se de dores eu respiro,
A agonia não me vence,
Ainda encontro paz nesta penúria
Não viverei insanamente,
Tão pouco me entregarei a luxuria,
E me recuso a ser descrente.
Se fujo nem sei pra onde,
É buscando razão ou loucura,
Pra me entregar ou lutar,
Nessa minha jornada confusa,
Eu quero mesmo é andar,
E vaguear pelas ruas.