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A arte dos estúpidos é a de se afogar no próprio banho,

De se enroscar na própria teia,

De tropeçar nos próprios pés,

De cavar a própria cova.

De dançar com vassouras, de falar com paredes.

Afinal, quem quer enlouquecer?

Perder o controle é estupidez.

Mantê-lo, é crueldade.

Sente quando não mais dói.

Percebe quando já foi...

Vê quando já passou...

Horas são cavalos, o mundo é uma corrida.

Pessoas estão assistindo...

Apostando...

Mas, no final, quem derruba o cavalo é você.

E é você quem ao chão torna,

E é você quem vê o mundo girar.

E tudo morre, tudo vive, tudo gira, tudo queima, tudo ganha, tudo nasce, tudo quebra, tudo para, tudo anda, tudo vê, tudo sabe, tudo ouve.

Tudo e tudo é tudo.

E você é só um: diante de nenhum D-us, sozinho.

Você não é tudo. Você não é nada.

Ainda assim,

Ainda assim,

Eu não tenho medo de Deus.

Eu não tenho medo do mundo.

Eu não tenho medo do tudo.

Eu não tenho medo do mesmo.

Eu tenho medo de você,

Que brinda com o cálice que mais estimo.