Réquiem a Benjamim Molosie.
Morre na forca Benjamim Molosie.
Negro. Poeta.
Cidadão sem pátria.
Deixa dois filhos.
Mais um crime abaixo das especulações
Denominadas direitos humanos.
A força só submete
Aos fracos,
Assim como a morte
Intimida somente aos mortais
E você vive.
Vive em cada gargalhada
Que ouço
Essas gargalhadas
Lembram
Um homem que subiu ao patíbulo
Cantando
Zombando do poder estabelecido
Te descobri na bandeira
Que queimaram em frente
À Casa Branca.
Você é o ímpeto
E o sacrifício
É o que vence
Mas não cruza a linha.
Você não é o mártir
Mas a idéia em si
Viva e pungente.
Você é onde a vida
Se manifesta,
Ainda que onipresentemente.
Você é a garantia
Para teus filhos.
O orgulho de quem te conheceu.
É teu o pranto
A dor
E a revolta.
É seu este ódio que volta
Contra a necessidade de amar.