Adeliana

Floresceu no lodo

As flores que cultivaste

E é de angústia

A seiva de que te nutriste

Quiseste semear

pelo mundo a semente

que por si só desabrocha

no caos tresloucado

dos teus jardins de Babilônia

Tão longe então foste

buscar a terra fértil,

a terra prometida

E o que achaste

foi senão mais uma ilha

de Crusué, onde a vida

floresce em qualquer

circunstância

Esperavas colher os

halos do invisível

A vida até então havia

sido para ti essa espera

Mas, agora o caule dos teus

sonhos busca fundo na terra

as raízes da vida, a que se

vive por trás do real

já tão esfacelado em cinzas,

a vida que desabrocha

do dia a dia de cada homem

de cada ser, de cada coisa

e oferta aos olhos a

flor do cotidiano

antônimo
Enviado por antônimo em 08/03/2009
Reeditado em 27/10/2009
Código do texto: T1476487
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