Tempo
Já faz tempo que não tenho tempo
E o tempo anda meio ausente
No seu percurso pelas vitrines da vida
Feito gotas cristalinas de chuva
Que se incrustam pelas cicatrizes da sarjeta
Ate se transformarem no lodo caótico do ser.
Já faz tempo que o vento varre as lembranças
Que pairavam num tempo remoto.
Já faz tempo que o tempo
Tornou-se lento no seu giro no tempo
Como a areia da ampulheta
Que escorre dos nossos destinos.
Já faz tempo que parei no tempo
No atemporal do evento!