Eu queria
Eu queria dizer
Que eu sou
Tal qual o rio
Ele desce da montanha
E corre para o mar
Eu desço da favela
E vou pra cidade
Para trabalhar
Ele esta poluído
E eu desiludido
No fundo
Somos quase iguais
És um rio da marginal
Eu sou um marginal do rio
Pois todo poeta
É só mais um marginal
Tem pensamentos revolucionários
Que sempre vão
Contra as ordens vigentes
Se há governo sou contra
E como não ser
Se o governo
É do povo, mas não pelo povo.
Como não ser contra
Um governo que não cumpre a lei
A lei que ele próprio criou
Como não ser contra
Um governo que não governa
Deixa se levar
Pela corrupção
Todos os envolvidos
Estão por ai
E ninguém diz um "A"
Porquê ninguém diz?
Porque não convém a ninguém
ABittar